Un hommage à l'amour

 


Eu queria saber explicar o amor.
Dissecá-lo em pedacinhos e analisar suas fórmulas e caminhos. Queria poder entendê-lo na sua profundidade, estudá-lo dia a dia e, depois de anos isolada numa cabana, surgir com as diretrizes que guiam minha forma de amar.
Mas, felizmente, o amor é um mistério sem fim, como um oceano. E pode ser sentido de tantas formas, com tantas pessoas e em tantos momentos que faz com que as variáveis sejam infinitas e absolutamente absortas.
O único jeito de desbravá-lo é vivendo sem ressalvas, sem medo, sem hesitações. É permitir que o sentimento possa florescer no peito, que ele amadureça lentamente para que, na hora certa, possa ser mordido e ofereça a doçura que o tempo lhe concedeu.
Que sorte a minha a de confiar no amor. Sorte de me permitir morrer e nascer pelo e para o amor. Acho que é o descontrole do amor que o faz viciante e me dá mais vontade de experimentar tudo o que ele pode oferecer. Por isso penso em formar uma família; imagina a explosão de amor que deve acontecer entre você e um pequeno ser que depende de você, que está acoplado na sua existência durante uma vida inteira. E, sobre os outros tipos de amor, o amor romântico, o fraternal, o amigável, que delícia viver cada um deles de uma forma diferente, porque todas as pessoas são únicas e, logo, todas as combinações também!
Me sinto grata de ter permitido que o amor entrasse na minha vida, mesmo enquanto estava no processo de desamor. Durante um tempo significativo acreditei que o amor era mau, que ele nos punia, que depositávamos mais do que poderíamos nele enquanto inocentes e que, quando menos esperávamos, o ceticismo da vida nos derrubava e nos tornava acinzentados.
Felizmente estava enganada. O amor é a melhor coisa que existe em estar vivo. Se conectar com os outros, confiar, errar, construir, desconstruir, acolher o embate, abraçar a rejeição, sentir a dor e o acalento de peito aberto.
E o que dizer sobre o cuidado? A estrela guia do amor. Foi só depois de me arrastar pelas sombras do abandono que descobri que existe uma infinidade de demonstrações de amor, e que o cuidado se traveste de Hermes para entregar a tradução do sentimento.
Ao descobrir que entrego o que quero receber, descubro também que o meu cuidado é minha maior forma de amar e de receber amor. Durante o tempo que pude cuidar de mim mesma percebi as coisas que me faziam envolvida e acalentada, e encontrar quem fizesse o mesmo por mim me deu um duplo sentimento de afago. Só a morte pôde me proporcionar a experiência de me sentir igual nos cuidados, na linguagem do amor, demandando menos esforço e menos energia do que antes. Descobri que o amor, quando compatível, é fácil desde o princípio. Descobri que a constrição, o trauma, o medo e a desconfiança não podem existir nem em micro partículas esporádicas. Descobri um novo amor.
Como boa sherlocka holmes que sou, fui investigando, vivendo intensamente, experimentando todos os formatos, confiando no processo, levando a leveza do meu ser para todos os relacionamentos que pude experimentar. Me sinto feliz por ter acreditado no amor, por ter vivido intensamente cada uma dessas experiências, por ter aprendido tanto com todos os meus parceiros e parceiras do passado e do presente e por comprovar que, cada vez mais, sei o tipo de amor que me merece.
Aprender a amar é igual aprender qualquer outra coisa: exige dedicação, tempo, trabalho, observação, repetição, testagem e comprovação. Eu acho que é muito difícil já acertar de primeira e definitivamente é uma matéria que não podemos ser autodidatas - dependemos de outras pessoas para aprender.
Agora, já doutoranda do amor, percebo que toda a minha trajetória me fez chegar mais perto de onde nem sabia que almejava! Só agora que encontrei a atual combinação é que percebi que queria coisas, tantas coisas, que nem sabia que queria. É como comer quando não se sabe que tem fome, mas depois da primeira garfada sente-se uma satisfação imensa!
Estava faminta e nem sabia. Hoje sei que mato a minha fome.
Um salve ao amor. À todos os amores. Ao caminho pavimentado de delícias, desencantos e conhecimento que só ele pode proporcionar.

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