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Affichage des articles du 2008

#02

Ele entrou devagar no vagão, arrastando suas pernas cansadas e franzindo a testa com impaciência. Sentou-se numa cadeira vazia e apoiou uma caixa de papelão forrada com um papel barato rosa, fechando os olhos fortemente. Seu quase moicano grisalho meio despenteado mesmo assim ainda não conseguia livrar-lhe as rugas da experiência, mas havia algo que o deixava ainda mais jovial. Antes mesmo das roupas esportivas de marca que usava; Um buquê de rosas. Tão seguro em seus dedos cansados, sentindo a brutalidade de um amor cansado em seus caules delicados. Ah, e como eu desejei que aquele pequeno buquê de rosas fosse meu. E certamente isso me lembrou meu amor, tão forte e clandestinamente me envolvendo. Eu, tão frágil quanto rosas, tão segura por aqueles dedos, tão envolvida pelo suor de suas mãos, tão iludida com um sentimento que nem nome tem e, claramente, nunca terá. A viagem continuou. Ele não largou o buquê. Imaginava agora quem seria a pessoa de sorte à recebê-lo. Uma amante romântica

Sorrindo, eternamente.

Me sinto hipócrita, fútil, magoada comigo mesma, desesperada. Certas coisas fazem realmente falta? Estou me enganando e metendo gente que eu gosto no meio. E estou me matando. Sinto que vou acabar perdendo tudo, pra que jogar dados viciados? Não aguento, não aguento isso. Mas também não me aguentava antes. Eu preciso disso, mas sei que no final vou precisar de tudo mesmo, já que não terei nada. Ter o poder de magoar as pessoas é pior do que ser magoada.
Do you want to go to the seaside? I'm not trying to say that everybody wants to go I fell in love at the seaside I handled my charm with time and slight of hand Do you want to go to the seaside? I'm not trying to say that everybody wants to go I fell in love at the seaside She handled her charm with time and slight of hand, and oh But I'm just trying to love you In any kind of way But I find it hard to love you girl When you're far away Away Do you want to go to the seaside? I'm not trying to say that everybody wants to go But I fell in love on the seaside On the seaside In the seaside Seaside - The Kooks

Faire Chier

Então que se foda. Que se foda vocês todos, seus malditos sentimentos, o modo como criticam sem parar a todos. Eu não ligo, eu não quero ligar. Por que é tão difícil parar de pensar em si mesmo por um segundo? Caralho, nós temos tudo. Você, eu, até seu maldito cachorro deitado no tapete da sala. Com o que você se importa? Com o quanto aquele carinha boa pinta não liga pra você? Com o quanto a garota da sua vida te esnoba e cospe na sua cara? Com ter se frustado com um amigo por causa de um orgulho que você não consegue ferir? E o resto? E o mundo? E quem nem orgulho tem? Qual o problema? Por que tão insensíveis? Por que tão frios? Por que tão cruéis? Que adianta pedir a porra da paz se você não consegue manter paz nem com o seu coleguinha de classe? O que passa na sua cabecinha oca? O quanto você está gorda? O quanto sua barba cresce rápido e ter que fazê-la todo dia é insuportável? O quanto você odeia quando chove de manhã? E aquela tatuagem com o símbolo da paz e do amor que você son

Aime-moi moins, mais aime-moi longtemps.

Louis já fala por mim.

La Distance

Você me faz. Refaz. Me caça, me traça, me mata. Refaz-me, do jeito que achar melhor. E odeio, e amo. E controlo Descontrolo. Me mato, arranco-me de você até cicatrizar, então volto. Volto, te faço, te caço, te traço vivo. Cada suspiro que você dá Me dá. Escreve, aos poucos com sua letra torta seu sonhos e Consola-me. Egoísta demais pra pensar em mim, não, sou egoísta demais por fazer você pensar em mim. E me caço, me traço, me mato. Desconcerto, refaço, indago. Me faço pra você do jeito que quiser. Só não diga mentira, pois eu me fiz e refiz por você.

Fundo do baú

"Nesses dias, em que eu me encontro sem escapatória entre mim e mim mesma às 5:40 da madrugada de um domingo, que me pergunto porque raios continuo nisso. Afinal, o que mais tem pra ser vivido? Evolução, amor, paz, bondade: Palavras bonitas no papel. [...] Me sinto vazia, que nem aquela música do Chico Buarque que diz: “A metade de mim, a metade arrancada de mim (...) A metade amputada de mim”. Me sinto partida ao meio, esperando que algo caia em minhas mãos do tipo: “Oh, agora tô bem.”." Sem Título " - Opa! Não podemos ir agora – disse dando mais um gole na cerveja de segunda – Vamos nos divertir. - Como você pretende fazer alguma coisa nesse estado? - Eu sempre faço, idiota. - Ninguém vai te querer assim. - Hoje eu só quero me divertir com você – sorriu safadamente. - Acha que estou à sua disposição, é? - É claro." G.A.N's Julho de '08 e Outubro de '07, respectivamente.

#01

E se importava-se não mais sabia. Seus delicados pés encontravam-se brutamente quando os batia um contra o outro, no nervoso do frio grotesco. Era bem tarde e o parquinho já não tinha mais crianças brincando. “Também, quem viria a um parque com esse frio?”, se perguntou, quase por um segundo pensando em desistir. Mas resistiu. Continuou batendo seus pés um contra o outro, devagar. O vento cortava-lhe as bochechas, sentia o muco tentando engoli-la. Pigarreava uma, duas, três vezes e nada. O céu estava nublado, bem diferente do de costume. Suas coxas, geladas, sofrendo com o vento, se mexiam rápido e agonizantemente. Despertou de repente. Olhou, o céu ainda estava nublado. Bateu os pés. Dormiu. Um pipoqueiro parou do seu lado: “Quer pipoca, menina?”, perguntou. Ela queria. Meteu as mãos depressa no bolso esquerdo, depois no direito. Nada. Aquela esperança de comida talvez matasse sua agonia, mas não poderia comer, não tinha absolutamente nada para pagar o saquinho de pipoca. O pipoqueiro

Reflexões, parte I

Antigamente eu me lembro de estar sempre calada, na minha. Normalmente o único ser com o qual eu tinha maiores diálogos era com a minha irmã, e mesmo assim naquela época ela era pequena, portanto ou não entendia nada ou saia correndo pra falar pra todo mundo. Eu gostava de escrever, secretamente gostava que as pessoas lessem o que eu escrevia, também, só pra saberem como estava me sentindo. Com um tempo, ser xingada, rirem de mim e me ignorarem já fazia parte da rotina. Eu não ligava muito, mesmo que não pareça eu acho que fui uma criança feliz. Passava praticamente todo o meu tempo na casa dos meus avós, dessa forma nunca poderia me queixar de não estarem me dando atenção. Aos poucos eu comecei a crescer, as pessoas começam a falar que você não pode ser submisso nem ouvir calado, que você deve agir, ser você mesmo, defender seus ideais e não se deixar influenciar. Mesmo assim seria difícil largar minha vida silenciosa a uma na qual eu defendesse o que penso, dou respostas rápidas e...

Narciso e Narciso

Se Narciso se encontra com Narciso e um deles finge que ao outro admira (para sentir-se admirado), o outro pela mesma razão finge também e ambos acreditam na mentira. Para Narciso o olhar do outro, a voz do outro, o corpo é sempre o espelho em que ele a própria imagem mira. E se o outro é como ele outro Narciso, é espelho contra espelho: o olhar que mira reflete o que o admira num jogo multiplicado em que a mentira de Narciso a Narciso inventa o paraíso. E se amam mentindo no fingimento que é necessidade e assim mais verdadeiro que a verdade. Mas exige, o amor fingido, ser sincero o amor que como ele é fingimento. E fingem mais os dois com o mesmo esmero com mais e mais cuidado - e a mentira se torna desespero. Assim amam-se agora se odiando. O espelho embaciado, já Narciso em Narci

Corte-ei-me

"Por que você me deixa [...] descontrole? [...] tirar o ar do meu corpo [...] tocar. [...] o que incomoda essa sua cabeça confusa. [...] aqui comigo. [...] talvez eu espere mais. [...] esperamos [...] entenda. Sei lá. Provavelmente [...] tanto que espero e minto para mim mesma diariamente [...] amo." Trechos de um texto beeem velhinho.

Leveza

Está um dia lindo hoje. Não só por causa do sol inalcançável brilhando ferozmente no céu azul bebê daqui, mas porque me sinto leve. Graciliano Ramos fez uma marca em mim, um buraco sutil no meu coração, mas em compensação muita paixão por seu trabalho. Agosto passa correndo, setembro nem se percebe. Outubro vem aí. Ando com umas idéias malucas na cabeça, sonhando demais. Me sinto como Unity Kinkaid, do primeiro volume de Sandman. Quanto aos meu vícios? Fortes, como sempre. Mas eles me deixam feliz. Na verdade. Não sei, seria isso uma forma de felicidade? Fazer algo que gosto (ou que penso gostar). De repente sempre estive feliz e.. não me toquei. Estou com vontade de abraçar minha irmã, mas vai que ela me dá uma unhada. Melhor deixar pra lá.

Dependências

À voz de Louis Garrel tudo me faz bem. Não que esteja mal, não é bem isso. É como se tudo sumisse da mente, quando dá aquele vazio pertubador. Aquela vontade de pensar desesperadamente em alguém ou em algo e você simplesmente bloqueia. Como se tudo estivesse perfeito. Odeio sentir que tudo está perfeito, porque, afinal, nada é perfeito. Faz sentido? Estou sentindo que pulei uma etapa da minha vida. Me sinto bem, até, mas vazia. Me sinto orgulhosa de mim mesma, mas decepcionada com os outros. Acho que estou me criando dependente. Dependente de algo que jamais pensei que iria ser, para falar a verdade (e, não, não é chocolate). É como se isso estivesse tomando conta de mim e, não sei, tem sido difícil viver sem. Tem sido bem difícil. Tenho lido, lido bastante. Estou devorando cada página de "Vidas Secas" e cada vez mais me sinto louca para mandá-lo pro meu amor. Oh, lembrei-me de outra dependência maldita. Mas tudo bem, porque certas dependências são... ruins. Dependências semp

"And here we... go!"

"And here we... go!"; Coringa - Batman, The Dark Knight