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Affichage des articles du 2019

Ce que le sexe m'a enseigné sur la vie

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2019 foi o ano que eu mais estudei sexualidade em toda a minha vida. A princípio um processo que foi engatilhado por algumas dificuldades fisiológicas, mas terminou por ser o encontro com um portal que me sugou pra outros universos. Todos nós sabemos que o sexo é um grande tabu na nossa sociedade e que no meio de tanta pornografia, culpa, religião, vergonha, assédio e pudor é difícil encontrar uma sexualidade que seja saudável. Talvez isso nem exista: sexualidade saudável. Talvez a sexualidade só seja cultural mesmo e a gente vai tentando se sentir cada vez mais feliz nessas práticas. Aqui vou anotar práticas e as consequências que essas práticas trouxeram para a minha vida durante todos esses anos. Todo o processo me leva a pensar que existe um apagamento do corpo e uma exaltação da racionalidade e por isso tudo que envolve tão profundamente o corpo (como o sexo) é difícil de ser compreendido. Eu entendi que tem certas coisas que só o corpo é capaz de traduzir como prazerosa

Isabella Isabella Isabella

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É engraçado virar um adulto. Quer dizer, nem sempre é engraçado, mas revisitar alguns lugares da infância e da adolescência são impressionantes com o passar dos anos. Há uns meses atrás encontrei uma menina que não encontrava há muitos anos. Nós estudávamos juntas no mesmo cursinho de inglês do bairro. Ela devia ser uns dois anos mais velha do que eu. Eu ficava extasiada quando ela aparecia nas aulas. Ela gostava de desenhar - como eu - e me ensinava sites diferentes para montar personagens e me dava dicas de músicas. Ela era muito diferente e especial. Me lembro um dia, em particular, que ela me emprestou uma caneta linda azul metálica. Eu adorava canetas coloridas. Escrevi incontáveis vezes, no meu caderno, o nome dela. Só isso, em repetição. Eu achava ela absolutamente esplêndida. Os cabelos longos cacheados até a cintura, uma voz anasalada. Ela falava devagar e tinha uns olhos que iam fundo. No dia que encontrei ela, há alguns meses atrás, meu coração disparou meio estran

Remplissage

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Eu aprendi a parar de tentar preencher. Às vezes dá vontade, sabe, de uma coisa doce. Eu já pensei na nicotina e até no álcool. Teve um momento que eu tentava preencher, mas claro que não cabia, nunca coube. Eu fico me perguntando se existe alguma coisa que preenche esse lugar. Não acredito que haja. Ficamos procurando, procurando. Mas mesmo um alguém - e um bom alguém - não preenche os pedacinhos. Essa é a graça, e o terror, de existir ser pensante. Eu queria poder sair dessa corda bamba. São tantas coisas para serem levadas em consideração. Que agonia o pensamento - tão longe. Acho que estou presa dentro da minha cabeça. Eu parei de fumar há exatos 5 meses. Não preencho mais nada de nicotina. Nem o tédio, nem a agonia, nem a tristeza. Me resta agora a fumaça encefálica. Que desgraçada.

Le coeur est souverain

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O coração tem sua própria ciência. Eu sempre achei que podia domá-lo com estratégias racionais (que mudaram muito com o tempo), mas hoje entendo que talvez não adiante tanta coisa. O coração sabe o que quer e o que precisa fazer para consegui-lo - a razão escolhe os artifícios "certos" e às vezes só o silencia mesmo. A parte boa é que o coração é uma criancinha mimada: faz birra, mas muitas vezes se distrai com outra coisa e esquece sua fissura anterior. O problema é que quando ele carrega consigo as dores do passado. Às vezes ele se livra delas (e, vejam só, sem a ajuda da razão), mas quando não consegue se livrar... aí o bicho pega. As dores mais profundas tornam-se cicatrizes, feridas doloridas. A razão entra em cena, desesperada, pronta para curar tudo o que precisa curar e tenta artifícios tão malucos quanto a própria humanidade. O coração, entretanto, sabe desde o início do que precisa. Nunca teve dúvidas, sempre esteve latente dentro dele. [editado - 28/0

Je nous imaginais, juste maintenant, de cette façon

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- Já que a gente tá aqui conversando há tanto tempo, vamos encontrar? Você pode agora? - Agora? Tá, vamos. Meia noite e meia. Um boteco qualquer no Joá. É estranho saber o que uma pessoa gosta antes de efetivamente conhecê-la. Quer dizer, nesse caso eu o conhecia, mas a gente nunca tinha transado e eu já sabia as preferências sexuais dele. Foi por causa disso que resolvi chamá-lo pra sair e, enfim, aqui estamos. A gente se dá bem, parecemos dois velhos amigos (e, de fato, nos conhecemos há algum tempo) e acho que tá tudo bem se não ficarmos com tesão. Ou se um dos dois não ficar. Ele tem um sorriso largo. Acho que o sorriso é grande na proporção inversa dos olhos miúdos. E quanto mais ele abre a boca mais os olhos fecham. É bem bonitinho. - Como tá sendo as aulas? - acendo um cigarro. Acho que estou nervosa. - Tá ótimo! Eu realmente gosto muito.... - blábláblá e o papo flui maravilhosamente bem. Tomamos quatro cervejas, geralmente é a minha cota pra ficar "altinha&qu