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Assaut

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Se apaixonar parece ser assaltada. Às vezes você sente que algo está por vir, ou até que já aconteceu. Eu chamo isso, particularmente, de estalo. Geralmente eu ignora o estalo mas ele grita fazendo um escândalo dentro do estômago - ah! e como grita. Daí a abordagem: rápida, astuta, de surpresa. O coração palpita, as pupilas dobram de tamanho, os hormônios fogem pelos poros. Viro bicho. O diálogo, essencial, calculado - não posso xingar, não posso me declarar, não posso correr, não posso te agarrar. Te olho no olho, olho a boca, as mãos. Te leio cima abaixo. Quero segurar seus pulsos, te quero meio longe meio perto. Tenho medo de quanto está perto mas o longe continua sendo assustador. Entrego tudo: a bolsa, o celular, o corpo, o coração. Entrego os beijos e a palpitação. O som. Não me sinto obrigada, dou porque quero, podia não dar. Mas... e se não desse? Me arrependeria, sofreria, me safaria? Prefiro entregar tudo, mas já aconteceu de não o fazer. Te tomo algo algo também -