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Affichage des articles du 2022

David de Michel-Ange

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Que coisa estranha o amor, É um sopro quente que envolve o rosto, faz iluminar o sentir, dá cor pro viver e sentido pras coisas mais banais. O amor irrita e embrulha, queima e congela, remexe todos os órgãos, faz a vida pulsar tão vibrante que não cabe no peito. O amor também acalenta, sossega, põe pra dormir. O amor é loucura e afago. É possível ser tão vibrante e tão acolhedor durante tanto tempo? É possível ser essa máquina de produzir sentimentos initerruptamente, provocando os nervos e atiçando os bulbos capilares? Esse amor é o que acontece nos livros, nas novelas, nos filmes, nas séries ou existe um amor que realmente pode envolver tudo isso? A forma que olhamos o amor molda ele? De que amor estamos falando? Pra mim não parece ter fórmula mais concreta do que essa: a insanidade e a calma de gostar de alguém tão profundamente quanto gostar de si. Ou muito próximo do gostar de si. E nas milhares de aventuras que podem ser vividas nos seus tortuosos caminhos, não será a separação t

Patience

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 Eu fico impressionada com a sua paciência. Não sei quanto tempo você ficou pensando em me escrever, mas eu confesso que fiquei surpresa. Não sei se mexeu com você me ver depois de tantos anos, ainda mais na festa temática em que estávamos. E mais uma vez, não sei como, dou conta de saber das preferências sexuais de uma pessoa que não vejo há muito tempo. Fico me perguntando se isso ainda vai acontecer muitas vezes comigo. Você é tão paciente e tão atento que me dá até calafrios. Tem alguma coisa de calculista no seu jeito e eu acho isso muito sensual. Eu nunca olhei pra você com esse olhar, mas definitivamente a coisa que mais me tira do sério é quando alguém me olha como você me olhava. Eu gosto dessa sensação hipnotizante em que o tesão sobe até a garganta e embrulha o estômago. Gosto quando você não trocou meia dúzia de palavras com a pessoa, mas está lá imaginando todas as situações possíveis onde você pode se ajoelhar aos pés dela e lambê-la até a boca secar só por uma única razã

apathie

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Eu só consigo escrever em tema escuro. Ainda mais porque estou sem óculos. Segunda-feira, onze horas e sete minutos. Estou com sono. já. As últimas semanas foram de loucura intensa. A vida está cheia de acontecimentos. Conto alguns interessantes: propostas de trabalho no exterior, aprendizados relevantes e significativos no trabalho atual, novas amigas e saídas agradáveis com estranhas do whatsapp, um ménage que saiu pela culatra e remexeu toda a base romântica da minha vida, um câncer parcialmente tratado, uma morte. São tantas coisas e tantas delas tão absurdas e fantásticas... e ainda assim de uma forma estranha me sinto anestesiada da vida. Me sinto experimentando apenas a casca grossa que é o corpo humano. Senti dor essas últimas semanas, com as questões do coração, mas antes disso eu só sentia tédio. E uma pitada de arrogância. Tenho sentido uns prazeres da carne, tipo andar de bicicleta, fazer depilação a laser, fazer sexo e comer chocolate. Mas são prazeres com início, meio e f

Baco Exu do Blues por Nina Simone

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  Acabei de trocar Baco Exu do Blues por Nine Simone. Hoje eu preciso 1. corrigir artigo para publicação, 2. preparar aulas de terça-feira, 3. fazer compras, 4. cozinhar alguma coisa pra semana Já pensei centenas de vezes em sair de casa pra ir ao supermercado, mas simplesmente não consigo. Fico ansiosa com o fato de ter que sair na rua. O que eu sinto é que estou definhando, porque ao mesmo tempo que me sinto presa nesse apartamento também não sinto coragem pra sair. Sinto vontade de chorar quando penso nisso... que não consigo ter forças nem pra ir no mercado. Eu pensei que depois do recesso (delicioso) que tive, um pouco desse mal estar ia passar, mas assim que pisei em casa parece que fui inundada pelo mesmo mal estar novamente. É, estranhamente, exatamente o mesmo mal estar e isso me dá vontade de chorar. [15:30] Consegui ir no mercado (e cheguei chorando em casa) e demorei bastante, mas consegui editar uma parte do meu artigo.

Sortir

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Hoje eu acordei com o coração meio acelerado. Chove bastante, mas faz calor nos últimos dias. Sinto uma euforia engraçada dentro do peito.  [...] A meta desse ano é uma e só uma: ir embora daqui. É a única coisa que quero, que peço loucamente diariamente. Quero ir embora. Quero ir embora. Quero ir embora. Prometi pra mim mesma que vou trabalhar e estudar incansavelmente até conseguir. Vou fazer tudo o que posso. De alguma forma eu vou sair.