Mulâtre


Me larga, não tão perto. Pode me beijar, mas só na boca. Não é que eu não te ache atraente nem nada do gênero, você é linda! Uma linda menina com ar na cabeça, mas linda. Mas veja bem, querida, eu não quero nada com você. Pode beijar, pode beijar. Beija, mas só na boca. Deixa eu escorregar as mãos pelo seu vestido colado. Mas não pelos cabelos! Não, nada de cabelos. Meu segundo amor tinha uns cachos, assim como os seus, menina. Tinha eles perfeitos, eu gostava de enroscar meus dedos neles, assim, devagar. Mas nos seus? Não, de você eu só quero beijos - na boca. Beijos na bochecha, testa, ombros é pra quem quer intimidade. Eu não quero intimidade, mulata. Não quero mesmo. Por isso só na boca. Na boca e só. E não adianta me olhar assim! Já disse que você é linda! Tem lindos seios, lindas nádegas, tem essa cor banhada pelo sol. Linda, linda, linda! Mas eu não quero nada, entende? Na verdade eu ando tentando esquecer uma pessoa. Eu confesso que ela não era tão bonita quanto você, nem tão morena, nem tão durinha. Mas ela era a mulher mais linda do mundo! Não, não de rosto. Eu deixava ela me beijar em outros lugares que não fosse a boca. E, veja só, como eu preferia os beijos dela nos meus ombros do que na boca! Mas não vamos falar de outras, vamos falar de você. Já te falei que você é muito bonita? Isso, isso. Só que na boca, por favor.

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