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"Sentindo os pequenos flocos tocando suas grossas camadas de roupas, ela não sentia mais frio, e sim quentura. Oh, o que poderia cortar o final congelante do outono de Londres?
“Amor”, pensou. “Ah, o meu amor”.
Nada mais fazia sentido. Havia se demorado tanto. Seu sentimento estava tão guardado, esperando um momento de frio desses para esquentá-la. E como ingrata ela havia sido. Precisava de algo, precisava de alguém. Não necessariamente de tocar nisso ou nessa pessoa, mas só pensar. Era o que lhe bastava, nada mais. Satisfazia-se com o fato de ser sempre amada dentro dela mesmo. Talvez até por ela mesma, mas isso era reflexão para um momento qualquer. Agora, ah, agora ela pensava nele. E como seu coração se enchia de felicidade. E como seus lábios ofegantes soltavam pequenas nuvens de fumaça gelada enquanto quase corria pelas ruas de Londres. E não sabia se estava bem, ou se estaria bem, só sabia que algo peculiarmente magnífico acontecia dentro dela.
Seus sapatos faziam barulhos suaves no chão congelado, sentia os cortes na boca, não sentia mais seus dedos. Mas estranhamente aquilo a fazia bem. Não precisava de nada, não precisava de roupas, nem de comida, nem de ar ou mesmo de um corpo. Precisava de amor. Ah, era só o que ela queria."

Queria escrever alguma coisa, mas não saiu nada. Lembrei desse trecho da história e, diga-mos que me faça bem.

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