Sobre a vida

Comecei a noite de ontem com meu telefone tocando dentro do ônibus do metrô:

"- Fala, pepê.
- Bia, a Fátima morreu."

Maristela. Foi a primeira coisa que pensei. Veio aquela dor no coração, esperei um pouco pro Pepê falar algo como "Brincadeirinha, ela já tá boa e tá voltando pro Rio!" e provavelmente eu diria algo como "Seu gay viado, não brinca com isso!", mas por mais que eu adore chingar ele não poderia ter aquele prazer no momento. E realmente não teria.
Quando cheguei em casa escrevi uma carta pra Maristela, claro. Confesso que não sou boa com palavras de consolo, percebi isso quando o Hygor falou-me dos sobrinhos dele e era como se, sei lá, eu só não conseguia entender o que ele sentia. Agora eu entendo.
O fato é que, como eu disse antes, Deus sabe o que faz. Não sei, as coisas são muito complicadas. Tem gente aí que é ruim que dói e não morre, e pessoas maravilhosas como ela se vão. O fato, que inclusive foi o que escrevi para minha querida ex-orientadora, é que não importa os scraps e e-mails que mandamos depois que sabemos que a pessoa tá mal, é o quanto ela nos marcou enquanto estava bem e saudável. Apesar de tudo, a Fátima fez parte de mim. Eu cultivei um carinho absurdo por ela e sendo metade do que ela foi já seria de felicidade infinita pra mim, porque foi uma das pessoas mais maravilhosas que já tive o prazer de conhecer.

E a vida continua.

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