Débordant
pulsa a pele nua
micro explosões sem tato, a buceta lateja sem espaço, se espandindo no tesão do corpo que sente tanto
quanto tempo esperei que dedos escorregassem meus braços e agora sinto plena as notas do sopro interno
me espero nos lençóis, me laço com cordas invisíveis puxadas manualmente
gozo com o vento escasso do calor tropical sudestino, me acabo nos beijos demorados aos meus dedos esguios
me desfaço do outro - tenho tudo em mim e sinto meu ventre arder por estar abraçada em mim mesma
sou o semi-toque, a semi-escrava e a semi-deusa reutilizando essa casca humana. passeando pelas memórias e inglórias de prazer mudo, mas contente em ser despido
abro os lábios para tocar meus próprios sabores e me perfumo com o cheiro do corpo exposto
tenho mais em mim do que qualquer um pode alcançar. sou vespa ágil, barulhenta e dolorosa que pousa em outros corpos sem perguntar
sinto os quadris redundantes e as costas macias de me permitir lânguida espreguiçar nas cobertas que me tocam mais intimamente do que jamais fui tocada
sou o tesão que transborda em mim - todo meu e para mim
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