La gomme


Eu nunca gostei de goma de mascar.
Provavelmente pelo fato de que há sempre uma explosão de sabor quando é posta em contato com as papilas degustativas na parte superior da língua. Com o tempo talvez até você se apegue a essa borracha mastigável e colorida, de forma que fica difícil se livrar dela: começamos a brincar com a mesma, jogando-a de um lado para o outro da boca como se as bochechas brigassem para não ficarem com a mesma, jogando-a uma contra a outra, ou fazendo as tão famosas bolas quase transparentes enchidas por um rasgo na boca onde se sopra o ar.
Você pensa inúmeras vezes em jogá-la fora; mas o lixo é muito distante, ou a preguiça é maior, ou não deu a hora do almoço ainda e, enfim, lá ela continuará sem sequer saber que o seu juízo final está por vir.
A partir do momento que os maxilares finalmente se cansam da mastigação interminável e o sabor não passa de o da sua própria saliva, de repente seja esse o momento para finalmente descartar aquela goma que fora motivo de prazeres salivares no início.
Só momentos de prazeres salivares.
Depois eu compro outro.

Commentaires

Bianca Burnier a dit…
ou momentos que antecedem uma boa e velha gastrite.

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