L' océan

 

O amor é um oceano.
Com tantos mistérios e profundezas, mas com uma costa esplêndida, que encanta e perturba.
Guarda segredos infinitos, é impossível descobrir todos os seus cantos, todas as suas belezas e todos os seus horrores. São inúmeros, infindáveis, alguns ainda nunca vistos antes.
Tem suas ressacas terríveis, que invadem a terra firme, e tem suas marés baixas que se afastam tão lentamente que às vezes nem percebemos.
Tem quilômetros a serem navegados, mas a pressão subaquática pode comprimir os pulmões e deixar sem ar quem se arrisca a ir muito fundo. Mas também é só quando corre-se o risco que se veem todos os segredos que às vezes nunca foram vistos.
Hoje, pela primeira vez, o mar abrandou. Não fui tocada pelos horrores das tempestades catastróficas e senti o marasmo e o cheiro de sal que carregam as memórias.
Hoje, só hoje, os milhares de caminhos que podem ser navegados me levaram à doçura do amor.
Navegante, ou náufraga, talvez nunca consiga dizer. Talvez dependa da perspectiva de quem vê. O único trunfo é saber que há mares, milhares deles (ou será um só, do tamanho e da força de um titã?) que se encarregam de levar tanto aos lugares mais familiares quanto às profundezas do desconhecido.

Commentaires

Posts les plus consultés de ce blog

O que aprendi sobre términos

Inadaptabilité

Le "non" à la pénétration